Wednesday, December 07, 2005

As cartas da criançada #2

O feedback - como podem ter lido - aos nossos mais introspectivos e analíticos posts tem sido imenso e amplo. Não vamos querer objectivar nomes, porque entendemos que tal não é relevante e a carapuça há-de servir a quem ler.

Recebemos um comment relevante a sugerir que se passasse à acção, utilizando o blog como ponto de crescimento, em vez de o tornar ainda mais no buraco negro degradante, que tem sido até hoje.

Pois, caro comentador, a ideia que temos é que - depois de alguns anos valentes a dar o litro por esta máfia que é a noite/cultura de clubbing de Portugal, eu e o meu amado tomámos a decisão de remar na direcção contrária. Já que sempre que tentamos fazer o bem, somos tratados com inveja e desdém, vamos desatar a partir tudo - talvez assim (e nem que seja contra nós), alguma coisa haverá de mexer. Portanto, deixamos à crítica do leitor o que deverá fazer para a mudança, e esperamos envergonhar tanto os cabeças-de-vento que fazem fortunas a contribuír para uma aculturação mental que alguma percentagem do seu ser tomará - eventualmente - ideia do quão fácil e inválido é o que fazem.

Na nossa opinião o que foi bom em 1995 mantém-se bom, e o que é bom hoje sê-lo-á daqui a quatro anos, quando a onda fôr outra. Existem 45 anos de música de dança para divulgar - não apenas os últimos seis meses.

Quanto aos diversos posts provocatórios e abardinantes, decidimos passar a suprimi-los - não queremos que o blog se transforme naquilo que eram os pregões do Blitz nos anos 90. Querelas pessoais e acusações sobre a autoria do Blog só parecem ser originadas por mentes pequenas, a quem aparenta escapar o objectivo deste. Sendo assim, não vamos patrocinar uma caça às bruxas. Já para esse fim, decidimos controlar a um mínimo a utilização de vernáculo.

Muitos são os suspeitos que poderão estar por detrás deste fenómeno, mas a identidade dos seus autores é insignificante, quando comparada com o que se pretende realizar.

Sempre que apreciamos o trabalho de alguém, a iniciativa tem sido mal vista pelos leitores. Vamos continuar pelo Dark Side of The Force, mas apenas como meio de diagnóstico, sem tornar essa atitude numa doença (como, de resto, por vezes sentimos o risco).

Talvez caiba a outros criarem um blog de apreço e motivação - embora por vezes desempenhemos esse papel. Como já dissemos tantas vezes, criticamos a atitude de Maria-vai-com-todas da maior parte dos supostos divulgadores portugueses, que aparentemente só "trabalham" para encher o ego e as bolsas. E sim, o livro de João Gil parece evidênciar essa atitude.

Quanto ao post mais problemático - redigido pelo meu amado - a respeito do Rui Murkão, convém aproveitar para explicar que não obstante a crítica é, sem dúvida, um dos artistas mais valiosos e esforçados da cena portuguesa, e é um milagre que a sua ascensão seja tão clara e visível como tem sido desde a sua maratona compilativa. Irrita-nos apenas, que seja sempre ele a realizá-las, e outros não sejam requisitados para esse efeito. Respeitamos e valorizamos todos os amantes da arte, e cuspimos na cara de quem a utiliza para seu proveito pessoal.

Em breve recuperar-se-á o Evangelho. Esperem a mockery.

Dalila, a Diplomata